MUNDO – Os britânicos tomaram nesta quinta (23) a decisão histórica de se separarem da União Europeia, o bloco político e econômico que hoje congrega 28 países e ao qual aderiram em 1973. O processo ainda precisa passar pelo Parlamento, mas um veto pelos legisladores é considerado suicídio político.
A negociação da ruptura -o Brexit, fusão das palavras “saída” e “britânica” em inglês- deve levar dois anos. Com os votos dos 382 distritos do Reino Unido apurados, a opção por deixar a União Europeia venceu por 51,9% a 48,1%, abalando mercados financeiros e provocando uma onda de choque e incredulidade global.
A consulta popular registrou índice histórico de comparecimento —72,2% do eleitorado— e recorde de 46,5 milhões de eleitores registrados. Por volta das 4h (hora de Brasília), o premiê conservador, David Cameron, principal fiador do voto pró-UE, anunciou que irá renunciar ao cargo.
EFEITO DOMINÓ
A campanha do plebiscito foi influenciada nos últimos dias pelo assassinato da deputada trabalhista Jo Cox, pró-Europa, por um ultranacionalista, dia 16. Até então, a saída levava ligeira vantagem na margem de erro. Pesquisa do instituto YouGov divulgada logo após o fim da votação apontava 52% para a permanência e 48% para a saída da UE —sinal de quão acirrada foi a disputa. Esta não seria, porém, a primeira vez que os institutos britânicos errariam resultados.