Crise expõe rachas entre aliados, isolamento no Congresso e até mesmo alienação pessoal do presidente.
Colocado contra a parede, o governo Michel Temer capitulou ante as exigências de algumas entidades que representam caminhoneiros, que vêm nos últimos dias promovendo a maior paralisação do setor de transportes em quase duas décadas, com reflexos na distribuição de alimentos e de combustível pelo país.
Mesmo com um acordo que teria reflexos negativos nas contas públicas, o governo indicava que a crise caminhava para o fim. Só que não.
Desde o início da paralisação, o governo demonstrou que subestimou o potencial do movimento.
A paralisação desta semana vinha sendo discutida entre caminhoneiros desde o início de maio, mas o governo não chamou representantes para negociar antecipadamente.
Sindicatos dos caminhoneiros se queixam, sobretudo, do preço do óleo diesel, que vem subindo desde o ano passado, quando a Petrobras ganhou liberdade para fazer ajustes diariamente nos preços.