Os grandes bancos elevaram a concessão de recursos por meio da linha de crédito que antecipa a restituição do Imposto de Renda (IR) para atender a uma demanda que cresce em meio à crise política e econômica no País, devido ao aumento do desemprego, que já atinge 11,4 milhões de pessoas, e da inadimplência das famílias.
Em apenas quatro meses, o Banco do Brasil liberou mais de R$ 450 milhões em antecipação de IR, montante quase 5% maior do que o visto em igual intervalo de 2015. Para todo o ano, a expectativa é de entregar crescimento de mais de 6%, para R$ 520 milhões. As taxas começam em 2,25% ao mês. “Em média, 65% dos recursos são usados para liquidar ou amortizar compromissos financeiros com juros maiores”, diz Edmar Casalatina, diretor de empréstimos e financiamentos do BB. Já o Itaú Unibanco registrou incremento de 81% no montante de empréstimo liberado de janeiro a maio. Segundo o banco, o aumento na procura pela linha que antecipa o IR reflete o cenário mais desafiador, mas também a facilidade na contratação e condições favoráveis. O Bradesco também registrou expansão em termos de volume e quantidade de contratos, de acordo com Marina Carvalho, superintendente executiva de empréstimos e financiamentos do banco. Ambos cresceram, conforme a executiva, em torno dos 30%.
“A demanda está maior como reflexo da ação que fizemos junto aos clientes que indicaram o Bradesco para receber sua restituição do imposto de renda no ano passado e ainda a maior compressão de renda e o aumento do desemprego no cenário atual”, explica Marina.
A Receita Federal disponibilizou o segundo lote de restituição do Imposto de Renda 2016. Estão contemplados 1.490.266 contribuintes, num total de mais de R$ 2,5 bilhões. Também estão contempladas restituições dos exercícios de 2008 a 2015. O crédito bancário para 1.566.533 contribuintes será feito no dia 15 de julho, totalizando R$ 2,7 bilhões.