A sociedade invadida pela técnica, pelo consumo e pela publicidade tem se revelado cada vez mais hedionda. Em nome de uma falácia chamada meritocracia, sentenciam-se os perdedores sem nenhuma indulgência, a condição de ostracismo. O indivíduo cerceado, é forçado a todo instante, a se equilibrar entre a subsistência e a opulência. Mergulhados em um estado de sofreguidão narcísica, deturpamos a nossa visão como uma distorção de paralaxe, e como consequência dessa distorção, tem se derivado incontáveis patologias, a começar pela objetificação do humano. A corrida olímpica para contabilizar (colecionar) parceiros ou parceiras, os automóveis como uma extensão dos nossos órgãos reprodutores, e a compulsão por exibir bens, títulos e sorrisos tem vinculado diretamente a nossa felicidade a infelicidade de alguém. A nossa felicidade como uma grandeza inversamente proporcional, depende da infelicidade de outros.E isso corrobora peremptoriamente que o homem é mesmo o lobo do homem.
Por Max Brazão
max parabens pelo texto.