
O ministro Jaques Wagner (Casa Civil) convocou uma reunião com deputados do PT descontentes para a noite de hoje. Já o peemedebista, fiel ao seu estilo de se defender atacando, afirmou ontem que é “furado” acharem que ele vai cair antes de decidir sobre o pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o que promete fazer antes do recesso parlamentar, que começa em 22 de dezembro. Cunha disse ainda que “não existe qualquer hipótese” de se afastar do cargo.
-Furado é achar que vou cair. Mais furado ainda é achar que não vou decidir (sobre o impeachment) — afirmou Eduardo Cunha ao GLOBO, por meio de mensagem de texto.
Ele disse que na semana passada arquivou sete outros pedidos e que faltam outros sete para avaliar, o que pode fazer a qualquer momento:
— Não sei (se será na próxima semana). Vai ser na medida do meu convencimento.
O peemedebista ironizou as avaliações segundo as quais ele, isolado, pode cair antes e dar um refresco para a presidente Dilma.
— Todos os dias, faz quatro meses, esses mesmos articulistas falam que vou cair e estou aqui — respondeu.
A aposta é que, até fevereiro, quando o Congresso voltar a funcionar, Cunha já terá sido afastado do comando da Câmara e substituído por um aliado que enterre de vez a possibilidade de impeachment. Mas Cunha disse ontem que vai se decidir sobre os sete pedidos de impeachment ainda pendentes, inclusive o dos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal, antes do início do recesso.
Divergindo da orientação do Planalto e da direção partidária, mais da metade da bancada do PT quer partir para o enfrentamento com o presidente da Câmara.