A influência crescente dos evangélicos foi a mais decisiva da história nas eleições deste ano por causa do aumento da corrupção política, ética e moral…
Vários sinais contundentes mostraram, em 7 e 28 de outubro passado, como as questões morais, de cunho religioso, passaram a guiar os políticos brasileiros – com uma força que só encontra paralelo, entre as grandes democracias ocidentais, com o que ocorre hoje nas campanhas políticas nos Estados Unidos.
A influência crescente dos evangélicos foi a mais decisiva da história nas eleições deste ano por causa do aumento da corrupção política, ética e moral; a defesa por parte de alguns políticos de temas que colidem com os princípios cristãos também foi fator influenciador para influenciar o posicionamento contra. Foi uma verdadeira batalha.
“Existe um projeto de poder dos pastores pentecostais: aumentar a bancada dos evangélicos e chegar à Presidência”, afirma o cientista político Cesar Romero Jacob, da PUC do Rio de Janeiro, estudioso das eleições presidenciais.
O voto em Bolsonaro foi muito mais do que muitos pensaram, a significância para a classe evangélica protestante em ter um presidente conservador passa a ser de grande importância para a defesa e guarda de princípios, principalmente cristãos já que 90% da população brasileira se diz ser.
A Presidência da República do Brasil já teve dois evangélicos protestantes: o presbiterianista Café Filho e o luterano Ernesto Geisel e agora eleito, Bolsonaro, cristão católico. A despeito de os católicos serem o maior contingente do eleitorado, seu impacto no resultado da eleição é mínimo como grupo religioso. O que não é o caso dos evangélicos. Sua força eleitoral se deve à maior uniformidade do voto. Não é regra, mas, em geral, “crente vota em crente”.
De acordo com o cientista político David Fleischer, da Universidade de Brasília, “Os evangélicos não votam como os católicos, espíritas, judeus, umbandistas. Demonstram com maior ênfase sua preocupação com os valores dos candidatos e as questões morais. Os evangélicos obedecem mais às indicações de suas igrejas de votar nos pastores”, afirma.
Na eleição deste ano, o voto evangélico ao candidato, presidente eleito Messias Jair Bolsonaro, ocorreu de forma espontânea e natural, muitos lideres de grandes denominações evangélicas como a Assembleia de Deus, a Igreja Universal do Reino de Deus, a Igreja da Graça e muitas outras impulsionados pelos próprios fiéis oficializaram o apoio-voto ao candidato conservador. Bolsonaro cristalizou o voto dos evangélicos, quanto mais conservador nos costumes o candidato se mostrou, maior foi a chance de conquistar votos. Ele entendeu que a exigência dos evangélicos era que o candidato estivesse afinado com a defesa da família tradicional, a proibição do casamento de pessoas do mesmo sexo e o endurecimento de leis contra a liberação do aborto e das drogas. Para finalizar, foi nesta e será nas próximas eleições, nenhum candidato pode errar na conquista dos evangélicos.