Cai ou não cai?
BRASÍLIA — Aliados da base governista ficaram assustados com o teor e a repercussão política das declarações dadas pela presidente Dilma Rousseff em entrevista publicada nesta terça-feira pelo jornal “Folha de S.Paulo”.
Um dos integrantes da cúpula do PMDB, o senador Romero Jucá (RR) lembrou os últimos momentos que precederam a crise que levou ao impeachment do ex-presidente Fernando Collor .
— Pense num juízo! A presidente Dilma deu uma de Collor, chamou a crise para si — avaliou o senador peemedebista.
Quem vai pagar a conta
Para que as empresas possam aderir ao Programa de Proteção ao Emprego, criado na segunda-feira (6) pelo governo federal, os trabalhadores terão que aceitar a proposta por meio de acordo coletivo firmado entre a categoria e as entidades patronais. A medida provisória assinada pela presidenta Dilma Rousseff prevê a redução de jornada de trabalho e de remuneração de até 30%, proposta que recebeu o apoio dos representantes de centrais sindicais.
Oposição
A oposição também criticou nesta terça-feira as declarações de Dilma. Em nota, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, disse que o discurso de Dilma é uma estratégia para inibir as instituições.
“O discurso do golpe que vemos hoje assumido pela presidente da República, e repetido pelos seus ministros e pelos petistas, nada mais é do que parte de uma estratégia planejada para inibir a ação das instituições e da imprensa brasileiras no momento em que pesam sobre a presidente da República e sobre seu partido denúncias da maior gravidade”, disse o senador.
A estratégia de Collor, porém, foi malsucedida. Os chamados “caras-pintadas” foram às ruas vestidos de preto e pedindo o impeachment do então presidente. Dias depois, a CPI no Congresso concluiu que Collor foi beneficiado pelo suposto esquema de corrupção montado pelo ex-tesoureiro Paulo César Farias.