Lula perde apoio e vê aliados desembarcarem do governo

A política é um jogo de expectativas. Quem chega ao poder com grande apoio precisa entregar resultados, ou a maré vira rápido. Lula, que voltou ao Planalto embalado pelo discurso da reconstrução nacional, agora enfrenta uma dura realidade: 40 milhões de brasileiros que o apoiaram em 2022 já desistiram dele, segundo pesquisas recentes.

Os números são frios, mas falam alto. Em fevereiro de 2015, Dilma Rousseff viu sua aprovação cair para 23%. Um ano depois, sofreu impeachment. Hoje, Lula tem 24%, um número perigosamente semelhante. Nos corredores do Congresso, os caciques políticos ainda evitam falar abertamente no tema, mas as movimentações de bastidor indicam que o governo perdeu o controle da narrativa.

Gilberto Kassab, comandante do PSD, já sinaliza um possível desembarque. O partido, que comanda ministérios, venceu de lavada os petistas nas eleições municipais. A elite política sente o cheiro de um governo enfraquecido e começa a se afastar. Até mesmo Kakay, advogado próximo ao presidente, reconhece que este não é o mesmo Lula do passado.

A comunicação do governo também falha. Tentaram transformar Lula em um fenômeno das redes sociais, mas os vídeos não convencem. Enquanto isso, opositores dominam o espaço digital. O eleitor de 2022 não é mais o mesmo. Desapontado com a economia e com a falta de articulação política do governo, vai se afastando aos poucos.

O impeachment, palavra que a oposição evita, está fora da pauta oficial. Mas a história ensina que governos enfraquecidos costumam ser atropelados pelos fatos. Se Lula não reagir, pode reviver o roteiro de sua antecessora. E, desta vez, nem o carisma de outrora pode salvá-lo.