A declaração do governo federal de que o PCC e o Comando Vermelho não podem ser considerados grupos terroristas caiu como uma bomba entre políticos de direita e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. O secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, disse que essas facções não entram na definição de terrorismo porque “não têm ideologia” e “atuam apenas por dinheiro”.
A fala foi publicada na terça-feira (6) na coluna Painel, da Folha de S.Paulo. Segundo o secretário, como os criminosos não lutam por uma causa política ou religiosa, o Brasil não vê sentido em seguir o exemplo dos Estados Unidos, que pretendem incluir as facções na lista de organizações terroristas, como fizeram com o grupo venezuelano Tren de Aragua.
A justificativa não agradou quem defende uma linha mais dura contra o crime. Para deputados bolsonaristas, o governo Lula está sendo frouxo com as facções e ignorando o terror que essas organizações espalham em várias partes do País.
“Não é ideologia, é medo. É território dominado, criança sem ir à escola, trabalhador refém. Isso é ou não é terrorismo?”, questionou o deputado Delegado Ramagem (PL-RJ).
Sarrubbo rebate dizendo que o Brasil tem feito sua parte: prende líderes, isola em presídios federais e reforça o trabalho conjunto entre polícias e Ministério Público. Também citou que o governo atua com países vizinhos para enfrentar o crime organizado.
Mesmo assim, muita gente não engoliu a explicação. Críticos afirmam que o governo Lula está mais preocupado em não desagradar aliados e ONGs do que em enfrentar quem realmente manda nas favelas e nas fronteiras.
Para quem vive cercado pela violência, o debate parece distante da realidade. Ideologia ou não, o que essas facções fazem já é terrorismo há muito tempo — e o povo sente isso na pele.
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