O delegado Valério Kürten, da Delegacia de Assu (RN), concluiu a investigação sobre a morte do estudante Luyz Ronaldo Carvalho Bezerra, de 11 anos, ocorrida em abril, quando o menino voltava da escola no município de Carnaubais, interior do Rio Grande do Norte.
Após semanas de diligências, o delegado ouviu os pais do garoto, refazendo o trajeto entre a escola e a residência do estudante. Também foram colhidos depoimentos de moradores do percurso e interrogado o motorista responsável pela condução do transporte escolar.
De acordo com os depoimentos, a criança costumava retornar para casa acompanhada por duas colegas, mas no dia do incidente estava sozinha na Van. As investigações apontam que os estudantes frequentemente abriam a janela lateral do veículo e se penduravam por uma escada externa, durante o trajeto. A prática, relatada por outras crianças, era recorrente.
No dia do acidente, Luyz Ronaldo teria tentado executar essa ação sozinho, pouco depois de passar pela área conhecida como Cidade Histórica — cerca da metade do percurso. Ao se pendurar pela janela, ele teria escorregado, batido a cabeça em uma pedra e não resistido ao ferimento.
A Polícia Civil requisitou perícias do Instituto Técnico-Científico de Perícia (ITEP) tanto no corpo da vítima quanto no veículo, para afastar qualquer hipótese de violência sexual ou outro tipo de crime.
Com base no conjunto de provas, o delegado afirmou que o motorista será indiciado por homicídio culposo, com duas qualificadoras: por conduzir um veículo automotor sem habilitação adequada e por negligência no dever de cuidado.
“Ele só possui habilitação categoria B, quando é exigida a categoria D para transporte escolar. Além disso, não fez o curso obrigatório para essa função”, afirmou Kürten. “Como responsável direto pelas crianças no trajeto, ele tinha a obrigação de zelar pela segurança delas. Não tomou as medidas necessárias mesmo diante de comportamentos reincidentes.”
A investigação está agora na fase final, aguardando apenas a conclusão dos laudos periciais do ITEP para ser encaminhada ao Judiciário com o pedido formal de indiciamento. Paralelamente, o delegado também informou que enviará ofício ao Ministério Público Estadual, solicitando investigação na esfera civil sobre a atuação do motorista e possíveis falhas no sistema de transporte escolar.
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