Parque com 218 cavernas e arte rupestre milenar é aberto no RN

O Rio Grande do Norte oficializou a abertura do Parque Nacional da Furna Feia, maior complexo de cavernas do Nordeste e novo atrativo do ecoturismo brasileiro. Localizado entre Mossoró e Baraúna, no Oeste potiguar, o parque possui 8,5 mil hectares e abriga 218 cavernas mapeadas, além de sítios arqueológicos com pinturas rupestres milenares.

A unidade de conservação, criada por decreto federal em 2012, foi estruturada ao longo de 13 anos e agora está aberta à visitação com controle de acesso, trilhas sinalizadas e apoio às comunidades vizinhas. A área preserva espécies ameaçadas, como o macaco-prego-de-peito-amarelo, e tem papel fundamental na conservação hídrica do semiárido.

Durante a cerimônia de abertura, a governadora Fátima Bezerra (PT) destacou o esforço coletivo para concretizar o projeto. “Estamos aqui para celebrar esse sonho realizado. Foram anos de luta até vermos esse potencial turístico e científico ganhar vida”, afirmou.

A estruturação do parque foi pensada para integrar desenvolvimento econômico e proteção ambiental. Moradores da região participam da gestão do espaço, oferecendo produtos locais e artesanato aos visitantes. A prefeita de Baraúna, Divanize Oliveira, acredita que o parque impulsionará a economia regional: “Entramos, de fato, na rota nacional do ecoturismo”.

Entre os destaques do parque estão o Abrigo do Letreiro, com arte rupestre milenar, formações geológicas singulares e trilhas ecológicas. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) será responsável pelo controle da visitação, que deve ser agendada com antecedência e seguirá regras rígidas de preservação.

A inauguração contou com a presença de autoridades federais, representantes de universidades e sete prefeituras, reforçando o compromisso coletivo com a preservação da biodiversidade e o desenvolvimento sustentável da região.

Com a abertura da Furna Feia, o Rio Grande do Norte ganha um novo cartão-postal natural, fortalecendo a cadeia de turismo ecológico do estado e abrindo espaço para estudos científicos em uma das regiões mais ricas do semiárido brasileiro.