A indústria salineira do Rio Grande do Norte está sob ameaça direta após os Estados Unidos imporem uma tarifa de 50% sobre a importação de produtos brasileiros — uma medida classificada como devastadora pelo Sindicato da Indústria da Extração do Sal (SIESAL-RN).
Em nota técnica divulgada, o sindicato alerta que a sobretaxa “vai excluir o sal nacional do mapa de negócios com as empresas americanas”. A razão é simples: com a taxação abusiva, o produto brasileiro perde completamente a competitividade frente a países como Chile, México, Egito e Namíbia, que enfrentam tarifas muito menores no mercado americano.
O impacto, segundo o SIESAL-RN, será brutal: o Rio Grande do Norte responde por 98% da produção de sal do Brasil e pode ver até 4 mil empregos diretos sumirem, especialmente em municípios do Semiárido potiguar. Há ainda efeitos colaterais sobre toda a cadeia logística, do frete ao comércio.
Outro efeito colateral grave seria a inviabilização das operações do Porto Ilha — o Terminal Salineiro Intersal, em Areia Branca — que hoje opera exclusivamente com sal. “A derrocada da indústria salineira jogará o Brasil na dependência da importação de um insumo estratégico”, alerta o documento.
Os números evidenciam a dependência do mercado americano: 47% de toda a receita com exportações de sal nos últimos seis anos veio dos Estados Unidos, que sozinhos respondem por 27% de todo o sal embarcado no país. A média de exportação anual para o país gira em torno de 530 mil toneladas — volume para o qual, segundo o sindicato, não há mercados alternativos.
A ideia de buscar outros destinos esbarra na realidade do setor: “Não há alternativas que possam absorver esse volume”, diz o presidente do SIESAL-RN, Airton Torres. Ele explica que mercados como o asiático têm custos logísticos proibitivos, enquanto Europa e Oriente Médio já são abastecidos por produtores mais próximos.
Diante da disparidade tarifária, o Brasil perde espaço num mercado que importa 16 milhões de toneladas de sal por ano — com um consumo total de 50 milhões. Para comparação, o consumo brasileiro não passa de 7 milhões de toneladas anuais.
Se mantida, a medida norte-americana não apenas desmonta uma das poucas cadeias industriais sólidas do Nordeste, mas deixa o país, ironicamente, salgado — e dependente.
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