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Governo bate recorde de arrecadação, mas rombo nas contas continua

Mesmo com R$ 1,44 trilhão arrecadado, dívida pública segue em alta

29/07/2025 09h35
Por: Redação
Governo bate recorde de arrecadação, mas rombo nas contas continua

Em meio a um esforço fiscal que o Planalto tenta vender como eficaz, o governo Lula bateu recorde de arrecadação em junho: foram R$ 234,6 bilhões, o maior valor já registrado para o mês desde o início da série histórica, em 1995. Em comparação com junho de 2024, a alta real foi de 6,62%.

No acumulado do semestre, os cofres da União engordaram com R$ 1,44 trilhão — também recorde. A arrecadação com apostas esportivas e jogos de azar sozinha rendeu R$ 3,8 bilhões no ano, sendo R$ 764 milhões apenas em junho. Já o IOF, cuja alíquota foi turbinada, arrecadou R$ 8 bilhões no mês — 38,8% a mais que em junho do ano passado.

Apesar da farra de tributos, a meta de zerar o déficit primário virou mais um plano adiado. O próprio governo já revisou suas contas e prevê um rombo de R$ 26,3 bilhões — oficialmente ainda dentro do “limite tolerável” da nova regra fiscal, que aceita um déficit de até 0,25% do PIB.

Com isso, Lula decidiu liberar parte dos gastos que estavam bloqueados. Mas o alívio é parcial e estratégico: estão fora da conta precatórios de mais de R$ 50 bilhões e rombos como os R$ 3 bilhões desviados do INSS.

O cenário continua preocupante. A política fiscal frouxa, somada ao aumento da dívida, acende alertas. Projeções recentes do Instituto Fiscal Independente do Senado indicam que a dívida pública pode saltar para 82% do PIB até 2026 — um aumento de mais de 10 pontos percentuais desde o início do atual mandato petista.

A arrecadação sobe, os impostos se multiplicam, o brasileiro paga a conta — e o buraco só aumenta.

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