Nesta terça-feira (4), o Senado Federal inicia uma das investigações mais aguardadas pela sociedade brasileira: a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado. A decisão chega dois dias após a operação policial que registrou 121 mortes nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, trazendo o debate sobre violência urbana e atuação de facções para o centro das atenções do Congresso Nacional.
A comissão, proposta pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE), terá 120 dias para desvendar a estruturação, expansão e funcionamento de organizações criminosas — com foco especial no Primeiro Comando da Capital (PCC) e no Comando Vermelho (CV). O objetivo é ambicioso: compreender como essas facções crescem, se expandem territorialmente e dominam comunidades brasileiras.
"Essa tragédia tem solução. Não é pauta eleitoreira, é urgência nacional", afirmou Vieira em suas redes sociais, capturando a frustração de um Brasil cansado de conviver com a violência sistêmica. O senador identifica, com clareza, a raiz do problema: o abandono do poder público.
A primeira sessão será realizada às 11h, quando serão eleitos o presidente, vice-presidente e relator da comissão. Com orçamento de R$ 30 mil para investigações, os 11 senadores que integram o colegiado terão acesso a dados, depoentes e documentos que ajudem a desvendar a complexa rede de operações criminosas.
Embora ainda não haja consenso, nomes circulam nos bastidores. Fabiano Contarato (PT-ES) e Jaques Wagner (PT-BA) são cotados pela capacidade de diálogo e respeitabilidade dentro da casa. Na oposição, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que comanda a Comissão de Segurança Pública, também é mencionado. Sergio Moro (União-PR), ex-juiz e ex-ministro, seria outra possibilidade, embora esteja focado em outra CPMI.
O senador Otto Alencar (PSD-BA), aos 78 anos, mais antigo entre os indicados, conduirá a sessão de instalação.
A instalação dessa CPI representa um ponto de inflexão. Não é apenas sobre investigar números e estruturas criminosas — é reconhecer que o Estado brasileiro precisa agir, e agir rápido. A violência que assola as periferias das grandes cidades não é fenômeno isolado, mas sintoma de um sistema falho, onde ausência estatal alimenta o poder paralelo das facções.
Durante os próximos quatro meses, o trabalho dessa comissão será observado de perto. A população aguarda respostas concretas: como o Brasil vai desmantelar essas organizações? Como proteger comunidades? Como recuperar território perdido?
A CPI do Crime Organizado é, portanto, mais do que um instrumento legislativo. É resposta política a uma crise humanitária que atravessa o país.
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