Pecém, no Ceará, prepara-se para sediar um data center de R$ 50 bilhões — a maior aposta brasileira em infraestrutura digital de processamento de dados. O projeto, focado na exportação de serviços computacionais, segue a tendência global de "powershoring": transferir operações para regiões com energia limpa e custos menores.
À primeira vista, a notícia entusiasma. O Brasil pode finalmente integrar-se ao circuito internacional de computação em nuvem, gerando empregos e receitas cambiais. Contudo, questões críticas permanecem sem resposta satisfatória.
Primeiro, há o desafio energético. O Nordeste possui potencial solar e eólico, mas a infraestrutura de transmissão ainda é deficiente. Sem garantias de fornecimento estável e competitivo, o projeto corre risco de se tornar mais um elefante branco.
Segundo, o Brasil carece de ecossistema tecnológico consolidado. Cingapura, Irlanda e Países Baixos lideram globalmente em data centers justamente porque possuem massa crítica de startups, pesquisa e talento local. Pecém, isolado, pode ser apenas um polo de processamento — não de inovação.
Terceiro, há indagações sobre o retorno real para o desenvolvimento local. Operações de data center são automatizadas; empregos de qualidade exigem qualificação que o estado ainda precisa desenvolver.
A iniciativa não deve ser descartada, mas sim reposicionada. É hora de pensar em ecossistema, não apenas em infraestrutura isolada.
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