
A vida é um batuque em vários ritmos.
Desde a euforia incontida até a lentidão da reflexão. As ilusões são brasas que incendeiam no Carnaval.
Reprimidas no desenrolar do ano, estas brasas atingem labaredas imensas chegando ao ápice.
É preciso manter o equilíbrio das utopias.
Colocar potência nos arcos e pôr a flecha numa posição estratégica certamente atingirá o alvo. Limitar o horizonte é ter certeza de que nosso potencial ultrapassará os limites almejados.
Nossos sonhos deverão ser como a potência do arco capaz de impulsionar com velocidade a realidade. Transformar sonhos possíveis em realidades palpáveis.
Sonhos descompromissados com a realidade são devaneios natimortos. Sua corporificação são flechadas reais que penetram no seu núcleo.
Em cada manhã devemos acordar para a vida com o mesmo entusiasmo dos foliões no exato momento em que a escola de samba desfila na avenida. E no enfrentamento das dificuldades diárias não devemos recuar e sim avançar.
Quando a realidade intimidar nossos sonhos e estes parecerem irrealizáveis, devemos agarrar nossas utopias com a mesma intensidade que agarramos um sustentáculo em alto mar impedindo de nos afogar.
Os sonhos deverão sempre ser realidades futuras. Nunca algo impossível. Acima da normalidade cotidiana e abaixo de nossas potencialidades. Devemos ter o discernimento de distinguir o muito difícil do impossível. Pelo muito difícil lutamos tenazmente e o impossível eliminamos.
Colocar-se na vitrine é ter a responsabilidade com sua concretização.
Depois do Carnaval, quando a vida volta ao normal e você enfrentar no serviço um dia de cão, chegar em casa, ir até a cozinha, fazer um sanduíche e ouvir a música do “Jornal Nacional” e a carga da realidade invadir seu íntimo, lembre que a vida nos proporciona dias e situações favoráveis anormais.
Então você percebe que acordou para a vida, para a pua realidade, porém, acordar para vida pode ser tão brilhante como as quatros noites carnavalescas.