Com mais de 400 mortos e 7 mil feridos, o terremoto que atingiu no domingo uma região montanhosa na fronteira entre o Irã e o Iraque já é considerado o mais mortífero deste ano.
Uma grande operação de buscas está em curso para resgatar quem possa estar preso sob os escombros deixados pelo tremor de magnitude 7.3.
A maioria das mortes foi registrada na parte oriental do Irã, em Sarpol-e-Zahab, cidade localizada a 15 km da fronteira, e em outras partes da Província de Kermanshah.
O principal hospital da cidade ficou seriamente danificado pelo tremor, dificultando ainda mais o tratamento de centenas de feridos, segundo a emissora estatal do país.
O fornecimento de água e energia foi interrompido em algumas cidades e, após alguns edifícios caírem, habitantes dessas localidades foram evacuados e tiveram de passar a noite em parques e nas ruas em meio ao clima frio.
“Precisamos de abrigo”, disse um homem em Sarpol-e Zahab à emissora pública iraniana. “Onde está a ajuda? Onde está a ajuda?, repetiu.”
Uma agência humanitária informou que 700 mil pessoas precisam de abrigo depois do terremoto.
Centenas de mortos
Autoridades do Irã informaram que 407 pessoas morreram no país. Entre as vítimas, estava o comandante do Exército iraniano, segundo a emissora estatal IRINN.
O Irã é uma das regiões do mundo em que terremotos são frequentes. O país já foi atingido por tremores intensos no passado.
Em 2003, um terremoto de magnitude 6.6 destruiu a cidade histórica de Bam, matando 26 mil pessoas.
O principal motivo da vulnerabilidade a esse tipo de fenômeno geológico é o encontro entre as placas tectônicas Arábica e Eurasiática.
No sudeste do país, a placa Arábica está entrando debaixo da Eurasiática, enquanto, no noroeste, há um atrito direto entre elas. As montanhas Zagros são um resultado disso.
O tremor de domingo foi o mais mortífero do Irã dos últimos cinco anos, mas é apenas o sexto de magnitude 7.0 ou maior neste ano no mundo – houve 16 desse tipo em 2016 e 19 em 2015.