E para os estados que não estão conseguindo nem pagar a folha em dia, e Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul lideram a lista negra, eis que o governo federal vai apertar ainda mais.
Vem aí um corte de 30 bilhões, o que significará, certamente, menos repasses e mais crise.
Da Folha de hoje:
Governo deve cortar até R$ 30 bi em gastos e criar banda para superavit
De Brasília
O governo avalia que terá dificuldades para cumprir a meta de superavit primário de 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano e deve anunciar nesta sexta-feira (12) um corte efetivo de gastos entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões.
Além disso, o governo vai enviar até abril ao Congresso um projeto criando uma meta para os gastos públicos e uma margem de flutuação para o superavit primário. Se aprovado, o projeto permitirá que a meta fiscal seja descumprida sem gerar problemas jurídicos para o governo.
Segundo a Folha apurou, a equipe econômica está sendo obrigada a reduzir sua previsão de receita em 2016 por causa da mudança nas projeções sobre o ritmo da economia brasileira, que deverá registrar uma retração maior do que a esperada. Economistas consultados pelo Banco Central na pesquisa semanal Focus falam em contração de 3,21% do PIB em 2016.
No entanto, o governo não quer passar a mensagem de que jogou a toalha antes da hora sobre a volta do tributo. Com ou sem CPMF, o governo sabe que será praticamente impossível cumprir a meta de superavit aprovada no Congresso. Com a atividade econômica em marcha ré, ficará mais difícil fazer o ajuste fiscal de R$ 24 bilhões para o governo federal.
De Estados e municípios, a meta esperada é de economia de R$ 6,5 bilhões. Por esse motivo, vai enviar a proposta que cria a banda de flutuação do superavit primário.